MARIA JOSÉ VALENTE ROSA
Diretora do projeto Pordata
 
Entre a demografia e a estatística
 
Está onde sempre quis estar. Maria João Valente Rosa, 54 anos, diretora do projeto Pordata, professora universitária e cientista, não tem falsas modéstias. E nem precisa. O seu currículo fala por si. Doutorada em Sociologia, especialidade de Demografia, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, é professora auxiliar na mesma instituição, integra o Conselho Superior de Estatísticas e dirige, desde junho de 2009, a Pordata. Já foi subdiretora-geral do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério da Ciência, diretora-geral do Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo e vice-presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

Mas nada disto, garante, foi fruto do acaso. “Não acredito – ou acredito muito pouco – na sorte. O que consegui alcançar é fruto de trabalho, de estudo e conhecimento e de método, organização e disciplina.”

Extrovertida, “muito realizada, muitíssimo curiosa e muito exigente”, consigo e com os outros, rege-se por um lema: não deixar para amanhã o que pode fazer hoje. É com ele em mente que tem abraçado os desafios que a vida lhe lançou. O facto de ser mulher, admite, já lhe causou dificuldades. Olhando para o País, e apesar do esforço feito, “a igualdade de oportunidades está muito longe de acontecer”. E se, inicialmente, era contra as quotas para mulheres em cargos de gestão, hoje não tem dúvidas. “Acredito, acima de tudo, na meritocracia e esta não tem sexo. Até que chegue o dia em que as pessoas sejam escolhidas em função do mérito, penso que as quotas têm um papel muito importante.”